Por Roberto Coutinho Pires
Com
suas origens no Renascimento, a ciência ganhou mais notoriedade. O empirismo,
movimento inspirado nos métodos do filósofo Francis Bacon que vê na observância
e experiência os únicos meios credíveis de estudo, tomou o lugar do silogismo
aristotélico que até então vigorava como método para construção de
conhecimento. Os avanços materiais que a nova ciência moderna concebeu e as
novas descobertas que surgiram fizeram o homem entrar em uma espécie de
auto-proclamação. A ciência proporcionou o desnudamento matemático dos
fenômenos da natureza e fez o homem entender que tenha assumido o centro do
palco, inspirando filósofos como Nietzsche a dizer a famosa frase “Deus está
morto”.
Hoje, a ciência ganhou um rótulo
divino onde fora dela, segundo a ala desonesta de cientistas, não é mais
possível alcançar o entendimento da realidade do universo fora dela. Travestida
paradoxalmente de verdade, a ciência tornou-se aquela que dita as regras de uma
discussão e dá cartão vermelho a outras formas de obtenção de conhecimento. Não
quero aqui refutar o empirismo, pois ele em si mesmo é contraditório, mas
deixar uma questão: se uma proposição para ter valor precisa ser verificável,
como verificar se esta mesma proposição é digna de crédito? Se o empirismo não
retroage para verificar a sua própria credibilidade então se trata de uma
verdade. Ademais, o empirismo é uma doutrina fracassada, há muito tempo
refutada por limitar a realidade apenas ao que é sensível.
A arbitrariedade empirista em
resumir a realidade ao sensível tornou o próprio método científico incapaz de
sequer deduzir a existência ou não de Deus, pois faz parte do próprio método de
observância o cientista pôr-se fora do fenômeno e observá-lo aquém do objeto.
Deste modo, jamais os métodos do empirismo poderiam estudar Deus, uma vez que
Ele não é uma entidade estranha que está fora do universo nos observando. Não é
possível reduzir Deus a um objeto onde o cientista estaria o estudado de fora,
pois, afirmava o Apóstolo Paulo e concordava o filosofo Schelling, “n’Ele somos, nos movemos e existimos”.
Sendo Deus a eternidade, o universo deve estar contido nesta realidade ou nada
seria possível existir no passado, no presente ou no futuro. Em suma, não se
pode desvincular Deus da realidade, pois Ele é o motor gerador de todas as
coisas, logo, a realidade sequer poderia existir sem a sua existência.
A matéria é a primeira coisa
sensível, resumindo a realidade a ela logo tudo não passa deste mundo,
importando apenas o progresso material como fim último da humanidade. O Papa
Bento XVI, em sua
Carta Encíclica Spe
Salvi, lembra-nos que podemos perceber como o homem tem tantas esperanças e
parece que nenhuma delas o satisfaz completamente, ele argumenta sobre a
necessidade de uma esperança que vá mais além da vida material, pois só algo de
infinito pode bastar ao homem. O conhecimento apenas do mundo sensível, do
mundo material é algo supérfluo, visto que “Sapientis
huius saaeculi inimica est Dei” (a sabedoria deste mundo é inimiga de
Deus).
É importante esclarecer que a maior
das desonestidades de um cientista é a falta de Prudência Epistemológica. O
cientista verdadeiro amigo da razão deve saber que o seu posto não o torna
capacitado para debater ou se posicionar diante de assuntos como a existência
ou não de Deus.
É igualmente importante lembrar que
a religião, mais especificamente a doutrina católica, não é inimiga da razão,
uma vez que isto que vem se desenvolvendo recentemente no mundo é uma
pseudociência, como profetizou o Professor Doutor Ricardo Felício ao afirmar
que a ciência atual está a serviço de interesses econômicos de engenharia
comportamental criada pelo Estado. Ademais, advertiu que em um futuro muito breve
o mundo estará pautado em uma norma de conduta completamente autenticada por
panoramas pseudocientíficos.
O Professor Ricardo Felício é um
importante climatologista do departamento de geografia da USP. Ele estuda o
clima antártico há mais de vinte anos e vem se dedicando a provar que o
Aquecimento Global é a maior falácia já criada pela ciência moderna para
atender a interesses capitalistas e legitimar produtos que são,
hipoteticamente, contra o aquecimento. Além disso, as teorias de mudanças
climáticas estão a serviço da ONU que pretende legitimar métodos de controle de
natalidade dos mais desumanos possíveis a fim de garantir o chamado
“Desenvolvimento Sustentável”.
O Catecismo da Igreja Católica
afirma que Deus pode ser conhecido apenas com o uso da razão, mas adverte que existe
uma “ordem de conhecimento que o homem de modo algum pode atingir por suas
próprias forças, a da Revelação Divina” (Concílio Vaticano I). Deferente do
conhecimento racional, a Revelação Divina é um ato livre em que Deus se revela ao
homem tornando-o capaz de conhecê-lo e realizar a sua vontade, por consequência
disto. A Revelação Divina é a revelação de Deus consequência da resposta do
homem, com a fé, ao chamado de Deus: Deus chama o homem a conhecê-lo e
segui-lo, o homem responde com a fé e Deus revela-se.
O filósofo e teólogo Santo Agostinho
de Hipona argumenta que a natureza trina de Deus é uma Revelação Divina. É por
isso que os apóstolos confessam Jesus como “o Verbo” que “no início estava
junto de Deus” e que “é Deus” (CIC 241). As Pessoas da Santíssima Trindade não
são “três deuses, mas um só Deus em três Pessoas : a Trindade Consubstancial” (Concílio
de Constantinopla II). O Catecismo da Igreja ainda afirma que o Espírito está
no Filho como também está no Pai e as três Pessoas são o mesmo Deus, mas a
missão do Pai de Criador de todas as coisas, A missão do Filho de Salvador da
humanidade e Verbo do Pai, e a missão do Espírito Santo de santificar o homem é
que determinam as propriedades das Pessoas da Trindade.
Todos os conhecimentos sobre a
natureza de Deus que foram citados do Catecismo da Igreja Católica nos
parágrafos antecedentes não são alcançáveis apenas pela razão humana o que
evidencia a insuficiência da razão pura em entender Deus e a
impossibilidade diante de paradigmas arbitrários como o empirismo. Terminando
esse artigo com um apelo, eu diria: fujam de patentes científicas para explicar
Deus, pois, como visto, isto é impossível sob os moldes da ciência e seus
métodos experimentais. Enquanto termino esse texto existe uma multidão de
cientistas falando do alto de suas cátedras acadêmicas, posado de intelectuais
possantes a tecer ponderações científicas para tornar Deus um mito. Esses, por
sua vez, estão adquirindo uma horda implacável de seguidores a espalhar
falácias descabidas com tom de razão, porque como bem pontuou Otto Maria
Carpeaux, em seu magnum opus “História
da Literatura Ocidental”, “na vida, os malandros, os hipócritas e os astutos
têm razão”.
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