Queridos leitores,
Estou em viagem. Por este motivo, inspirado na Liturgia da Palavra deste domingo, posto um texto acerca do sofrimento e a sua pedagogia em nossas vidas.
Um grande abraço e até o próximo domingo!
Seminarista Everson Fontes
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Estou em viagem. Por este motivo, inspirado na Liturgia da Palavra deste domingo, posto um texto acerca do sofrimento e a sua pedagogia em nossas vidas.
Um grande abraço e até o próximo domingo!
Seminarista Everson Fontes
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No decorrer de toda a sua
existência, o homem passa por momentos áridos de sofrimento e angústia. A
filosofia e a psicologia, por muitas vezes, se debruçaram sobre tais assuntos,
e muitas vezes chegaram ao ponto de afirmar que toda a vida humana é um enjôo,
um sofrer contínuo. Essa tese filosófica pode ser observada dentro da
perspectiva antropológica do pessimismo, que leva o homem a negar a existência
de Deus e, conseqüentemente, mergulha na alienação.
A palavra da Igreja sobre este tema é
mergulhada de profundo sentido e espiritualidade. Na sua encíclica
denominada “Spe Salvi”,
o Papa Bento XVI tece para a Igreja uma reflexão baseada na relação existente
entre sofrimento e esperança. Diz-nos o Papa, que o sofrimento faz parte da
existência do homem, e é derivado da nossa limitação e das nossas culpas. Assim
sendo, podemos limitar os sofrimentos, mas não cancelá-los, já que esta
anulação poderia levar-nos a uma vida vazia, onde experimentaríamos uma
sensação de falta de sentido e de solidão.
É
comum vermos em nossa sociedade, mesmo em templos que se denominam cristãos,
uma falsa afirmação: “Pare de sofrer!” Prometendo desta forma uma vida
absolutamente fácil e livre de toda forma de sofrimento espiritual e
principalmente físico.
Assim,
nos encontramos em um paradoxo: de um lado aqueles que, acompanhados de uma
filosofia pessimista, têm o sofrimento como algo natural e, ao mesmo tempo,
angustiante, com características masoquistas; mas também aqueles que pregam a
teologia da prosperidade, certificando uma vida bem-sucedida e fácil,
contrariando, assim, os ensinamentos e o exemplo do próprio Jesus, que não
hesitou padecer sofrimentos para a nossa redenção. Ambos os lados correm os
riscos de caírem no vazio preconizado pelo Papa.
É,
pois, muito fácil, em meio a tantas formas de violências e sofrimentos, pregar
um ‘niilismo teofânico’ em um mundo tão desiludido, bem como, também é muito
fácil prometer um “deus” que se adeqüe às nossas necessidades. No entanto, esta
não é melhor saída!
São
Paulo, em sua carta aos Colossenses, nos diz: “Completo na minha carne o que
falta aos sofrimentos de Cristo pelo seu corpo, que é a Igreja” (Cl 1, 24),
mostrando que os nossos sofrimentos devem ser adicionados, como um complemento,
às dores de Cristo. Essa soma de sofrimentos a Cristo é dada mediante a fé.
É
também através dos sofrimentos que nos unimos a Cristo e consolamos as
angústias dos outros, dando um novo teor para as angústias vividas pela
humanidade, pois, conforme o exemplo do Senhor, a Cruz antecede a sua
Ressurreição.
Que todos nós,
em nossos sofreres cotidianos - grandes ou pequenos - saibamos reconhecer o
exemplo do Servo Sofredor (cf. Is 53, 2-6) e repousemos em seu coração,
carregando as nossas “cruzes” repletos de esperança, só desta forma venceremos
as nossas angústias: em união com Cruz de Cristo.
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