sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

EU CREIO; NÓS CREMOS; CREMOS NA FÉ DA IGREJA

Queridos irmãos,


A partir de hoje, dentro do clima do Ano da Fé, iniciado em 11 de outubro de 2012 pelo Papa Bento XVI e estendido até a Solenidade de Cristo Rei do Universo (em 24 de novembro deste ano), tendo em vista o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II e o vigésimo ano da promulgação do Catecismo da Igreja Católica pelo Beato João Paulo II, propomo-nos a refletir com os nossos estimados leitores acerca da Profissão de Fé, vulgarmente conhecido como ‘Credo’. Para tanto, durante algumas semanas estaremos tratando sobre a atitude de crer e, a partir desta, discorreremos, catequeticamente, acerca de cada um dos artigos da Profissão de Fé Católica, recebida diretamente do Cristo, transmitida a nós pelos Apóstolos e seus sucessores, mas que por nós foi recepcionada no dia do nosso Batismo, através de uma adesão de nossa parte.


No despontar do Ano da Fé, Sua Santidade, o Papa Bento XVI, preparando este momento comemorativo e derivante da “primavera da Igreja”, o Vaticano II, escreve, em 11 de outubro de 2011, em forma de Motu Próprio, um documento denominado “Porta Fidei” (Porta da Fé), afirmando: “Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é ‘a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força’ (Sacrosanctum Concilium 10). Simultaneamente, esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade”. (Porta Fidei 9). Porém, não obstante os votos do Romano Pontífice, temos o delineamento das expectativas para este Ano da Fé: “Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano” (Porta Fidei 9).


Na dinâmica divina, Deus se revela ao homem a fim de que este possa acolhê-lo e corresponder-lhe através da fé. Todos os homens, por conta de sua razão, são capazes de crer, por serem aptos ao transcendental. É conatural ao homem esta sede do infinito, e, portanto, de Deus. Dizemos ‘Creio’, na primeira pessoa do singular (Eu Creio), porque esta resposta ao amor de Deus pela fé é pessoal, individual, com uma subjetividade coadunada àquilo que a Igreja fielmente professa. Cada um de nós é chamado a fazer esta experiência pessoal com Deus que acontece na Igreja. A ação de crer, mesmo sendo uma resposta a Deus pela fé, é também um dom que Dele emana, pois o Espírito Santo nos concede tal dádiva: “Por isso, eu vos declaro: ninguém, falando sob a ação divina, pode dizer: Jesus seja maldito e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo” (1Cor 12,3). Logo, antes de se imbricarem, a dupla dimensão da atitude de crer se dá, concomitantemente, como um ato livre de cada um em resposta à graça divina que lhe é concedida.


Jesus, antes de sua Ascensão, ordena aos seus discípulos, e, portanto à sua Igreja: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15); ou como destrincha São Mateus: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,19-20). Anunciar os conteúdos do Evangelho e, contida neste, da fé Católica e Apostólica é uma obrigação de todo cristão, que deve ser extremado pelo testemunho de vida. Viver e crer para o cristão é um imperativo, já que demos a nossa palavra pelas promessas batismais que nos fazem comprometidos com Deus. Por tal motivo, é importantíssimo que o cristão conheça e compreenda, para uma melhor vivência, a sua fé, a fé que antes é da Igreja.


Eu creio, nós cremos: eis a Fé da Igreja. Neste intuito, trilhemos pelas sendas deste bendito Ano que é para nós motivo de graça do Senhor, rumo à consumação da nossa fé, que é a realização da nossa esperança, Jesus Cristo nosso Salvador.

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