Queridos irmãos,
A partir
de hoje, dentro do clima do Ano da Fé, iniciado em 11 de outubro de 2012
pelo Papa Bento XVI e estendido até a Solenidade de Cristo Rei do
Universo (em 24 de novembro deste ano), tendo em vista o cinquentenário
da abertura do Concílio Vaticano II e o vigésimo ano da promulgação do
Catecismo da Igreja Católica pelo Beato João Paulo II, propomo-nos a
refletir com os nossos estimados leitores acerca da Profissão de Fé,
vulgarmente conhecido como ‘Credo’. Para tanto, durante algumas semanas
estaremos tratando sobre a atitude de crer e, a partir desta,
discorreremos, catequeticamente, acerca de cada um dos artigos da
Profissão de Fé Católica, recebida diretamente do Cristo, transmitida a
nós pelos Apóstolos e seus sucessores, mas que por nós foi recepcionada
no dia do nosso Batismo, através de uma adesão de nossa parte.
No
despontar do Ano da Fé, Sua Santidade, o Papa Bento XVI, preparando este
momento comemorativo e derivante da “primavera da Igreja”, o Vaticano
II, escreve, em 11 de outubro de 2011, em forma de Motu Próprio, um documento denominado “Porta Fidei”
(Porta da Fé), afirmando: “Desejamos que este Ano suscite, em cada
crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção
da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é ‘a meta para a
qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua
força’ (Sacrosanctum Concilium 10). Simultaneamente, esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade”. (Porta Fidei
9). Porém, não obstante os votos do Romano Pontífice, temos o
delineamento das expectativas para este Ano da Fé: “Descobrir novamente
os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e refletir
sobre o próprio ato com que se crê, é um compromisso que cada crente
deve assumir, sobretudo neste Ano” (Porta Fidei 9).
Na
dinâmica divina, Deus se revela ao homem a fim de que este possa
acolhê-lo e corresponder-lhe através da fé. Todos os homens, por conta
de sua razão, são capazes de crer, por serem aptos ao transcendental. É
conatural ao homem esta sede do infinito, e, portanto, de Deus. Dizemos
‘Creio’, na primeira pessoa do singular (Eu Creio), porque esta resposta
ao amor de Deus pela fé é pessoal, individual, com uma subjetividade
coadunada àquilo que a Igreja fielmente professa. Cada um de nós é
chamado a fazer esta experiência pessoal com Deus que acontece na
Igreja. A ação de crer, mesmo sendo uma resposta a Deus pela fé, é
também um dom que Dele emana, pois o Espírito Santo nos concede tal
dádiva: “Por isso, eu vos declaro: ninguém, falando sob a ação divina,
pode dizer: Jesus seja maldito e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor,
senão sob a ação do Espírito Santo” (1Cor 12,3). Logo, antes de se
imbricarem, a dupla dimensão da atitude de crer se dá,
concomitantemente, como um ato livre de cada um em resposta à graça
divina que lhe é concedida.
Jesus,
antes de sua Ascensão, ordena aos seus discípulos, e, portanto à sua
Igreja: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc
16,15); ou como destrincha São Mateus: “Ide, pois, e ensinai a todas as
nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco
todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,19-20). Anunciar os conteúdos
do Evangelho e, contida neste, da fé Católica e Apostólica é uma
obrigação de todo cristão, que deve ser extremado pelo testemunho de
vida. Viver e crer para o cristão é um imperativo, já que demos a nossa
palavra pelas promessas batismais que nos fazem comprometidos com Deus.
Por tal motivo, é importantíssimo que o cristão conheça e compreenda,
para uma melhor vivência, a sua fé, a fé que antes é da Igreja.
Eu creio,
nós cremos: eis a Fé da Igreja. Neste intuito, trilhemos pelas sendas
deste bendito Ano que é para nós motivo de graça do Senhor, rumo à
consumação da nossa fé, que é a realização da nossa esperança, Jesus
Cristo nosso Salvador.
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