“Gaudens gaudébo in
Dómino, et exsultábit ánima mea in Deo meo: quia índuit me vestiméntis salútis:
et indumento iustítix circúmdedit me, quase sponsam ornátam monílibus suis.’’
Caros irmãos,
Hoje
a Igreja, aqui no Brasil, celebra a Solenidade de Nossa Senhora da Conceição
Aparecida, Padroeira dessas terras de Santa Cruz. Em todo o país erguem-se
louvores à Mãe de Deus sob tal advocação. Entoam-se os versos: “Viva a Mãe de
Deus e nossa sem pecado concebida, viva a Virgem Imaculada a Senhora Aparecida”.
A celebração da hodierna solenidade é uma epifania viva e singular da fé do
Povo de Deus. Neste aspecto, vale-nos: “A luz de Deus brilha para Israel,
através da comemoração dos fatos realizados pelo Senhor, recordados e
confessados no culto, transmitidos pelos pais aos filhos. Desse modo,
aprendemos que a luz trazida pela fé está ligada com a narração concreta da
vida, com a grata lembrança dos benefícios de Deus e com o progressivo cumprimento
de suas promessas” (cf. Lumen Fidei, 12).
As leituras da Missa de hoje são
compendiadas num único período: Maria é a medianeira da Nova e Eterna Aliança.
À Primeira Leitura, ouvimos a solicitude da rainha Ester que, achando os
favores do rei, olha para a vida de Israel. Diz-lhe: “Concede-me a vida. Eis o
meu pedido! E a vida do meu povo. Eis o meu desejo!’’ Um paralelo há entre Ester
e Maria: ambas são dispostas para estar à disposição de outrem e, neste, de
Deus. Recordemos o quadro da visitação de Maria à Isabel. Daquela que às
pressas fora encontrar a parenta para comunicar-lhe o autor da vida encerrado
em suas puríssimas entranhas. À Segunda Leitura, ouvimos a narração
apocalíptica de São João. “Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida
de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze
estrelas. E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as
nações com cetro de ferro”. Esta
alegoria faz-nos pensar em Maria como aquela que engendrou, como diz a Epístola
aos Hebreus, “o Consumador da nossa fé”. Desta maneira, Maria, tal como o Concílio
Vaticano II, ratificou “é o Tipo Perfeito da Igreja”. Esta que, como ela, a
Toda Santa, milita na existência, para que no Dia do Senhor, seja desposada
pelo Esposo Divinal. Como Maria deu à luz ao Menino, hoje, a Igreja, dá-nos a
Jesus Cristo: na Palavra, nos Sacramentos, no ensinamento dos pastores de
almas. Nas vicissitudes dos acontecimentos, há a incompreensão de muitos,
porquanto seus projetos dissociam da vontade de Deus. No Evangelho, é-nos
proposto, no princípio do chamado ‘’Livros dos Sinais’’ de São João, o capítulo
segundo. Trata-se das Bodas em Caná da Galileia. A Escritura menciona: “Houve
Bodas no terceiro dia em Caná da Galileia e Jesus, sua Mãe e seus discípulos tinham
sido convidados às Núpcias”. De repente perguntamo-nos: Quem são os nubentes?
Por que o casamento aconteceu no terceiro dia? Como é peculiar ao evangelista
São João, ele é riquíssimo nos detalhes. Possuídos de relevantes significados aos
seus leitores. João, desde o Hino ao Verbo de Deus, deseja deixar clarividente: aquele Jesus que fez prodígios e portentos ao decurso do
seu ministério messiânico é Deus Sempiterno. O ‘Kadosch’, o Santo de Israel. Jesus é o Ícone perfeito do ‘Eu Sou’!
Caná também é prefiguração do Banquete
Sacrifical da Eucaristia. Vê-se no relato deste primeiro ‘sinal’ de Jesus a
atuação de Nossa Senhora como aquela que ‘apressa’ a Nova Criação. Vê-se Maria
em Caná que intercede, contempla-se Maria na soledade da cruz do seu Filho. Eis
a Hora! Celebrando a Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida,
Padroeira da Terra de Santa Cruz, peçamos a sua maternal mediação, para, não
obstante os acontecimentos transitórios, fincarmos uma fé inquebrantável como
ela que é a primeira dentre os crentes. A Bem-Aventurada porque creu. Salve
Maria da Conceição Aparecida!
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