sábado, 3 de outubro de 2015

XXVII DOMINGO COMUM- '' Quod ergo Deus coniunxit, homo non separet!'' (cf. Mc X, 9)

          

    

 1ª Leitura - Gn 2,18-24Salmo - Sl 127,1-2.3.4-5.6 (R. cf. 5)2ª Leitura - Hb 2,9-11Evangelho - Mc 10,2-16



Caríssimos no Cristo Total,                                                                     
        



   Providencialmente quis Deus este Domingo com o qual à Basílica de São Pedro , Sua Santidade Papa Francisco e os Padres Sinodais abrissem o Sínodo das Famílias querido desde o ano de dois mil e treze. Deste ano para cá foram gravitadas em torno do termo “Família” uma série de reflexões, algumas das quais, tornavam-se equidistantes do conceito tanto em sua gênesis  natural, bem como, no sentido instituição tornada Sacramento, com a aquiescência libérrima entre um homem e uma mulher. Sabido disto, espera-se pois,   do Sínodo , um tempo para que à luz do perene magistério, a Igreja, que é Católica, faça sua via pastoral com sólida reflexão para dirimir os males que sucumbem o vital organismo da Sociedade. Seu clímax que será quando da inscrição dos pais de Santa Teresinha do Menino Jesus ao elenco dos santos. Depois da Família de Jesus, torna-se um modelo de virtudes para a “Chamada Universal” à Santidade, daqueles que, nascidos da carne, foram pelo Batismo enxertados à magna e católica família que se chama Igreja.
          O lecionário para este hoje nos faz, imersos num mundo de tantos desvios, de a-conceitos, de dúbios subjetivismos... pousarmos um olhar mais atento, clarividente e verdadeiro para “o que é a família”. Quiçá fossemos permutar essa afirmativa para “O que é a família?” em ambientes que são tomados por outras hermenêuticas pautadas por facetas ideológicas permeadas por correntes feministas, por exemplo, não somente seria uma indagação difícil de ser respondida, mas outrossim, ela não seria concebida da valência principal para tal ordenamento: A união entre o homem e uma mulher para a perpetuação da prole. Isto seria um tabu! Uma imposição “valoral” com bases no direito e na tradição do Ocidente judaico-cristã. Óbvio não podemos nos deter por essas alternâncias que tantos males têm trazido para nossos filhos e, destarte, já nos responde o sábio Papa Bento XVI em sua encíclica Deus Caritas Est: “A palavra ‘amor’ é um problema de linguagem!”  Para o mundo não vale a máxima agostiniana: “Ame e faça o que queres’’, antes para o cristão porque sabe que “amar’’ não é sentimento vácuo e tampouco uma banal justificativa impregnada por Respeito Humano.
    Foi porque Deus é Amor que tamanha essência, o Eterno, que poderia bastar-Se; no “Faça-se”, tornou-nos a partir dos nossos primeiros pais partícipes da sua economia, ou seja, a revelação-aliança de o homem não permanecer só, dando-lhe uma “carne de sua carne e ossos dos seus ossos!” Esta exclamativa trazida pela perícope hoje proclamada na Liturgia da Igreja nos faz compreender que a união esponsal é sinete, sempre, segundo o Apóstolo São Paulo à Epístola aos Efésios, daquela conjugação entre “Cristo e a Igreja”, Aliança, pelo obséquio da Cruz e, simultaneamente, aquilo que já é entendido, pelas admiráveis e misteriosas palavras já presentes dantes da queda primígena: “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne.” Ora, antes de sê-los carne, que aqui não se aplica uma acepção do que é nocivo, mas o “corpo”, é mister notarmos que “adâmico” é o que é vindo da terra, é barro! E, por isto mesmo é frágil e somente se torna forte quando recebe às narinas Zoé, o Espírito da vida e que dá a vida, tornando o homem capaz de nomear as outras espécies de vida e de ter uma mulher, plasmada da costela, que depois é a Memória Neo-Testamentária do que viram os Padres da Igreja: assim como Eva foi tirada da costela de Adão, a Igreja nasce do lado trespassado do Cristo na Cruz. Partindo o homem e desposando a sua esposa, não estão mais imersos num monólogo e num individualismo, porém são entregues um ao outro, conforme prometeram em suas consciências e defronte ao Altar, firmaram a Aliança, por isto mesmo a Igreja enxergou o Matrimônio um dos sacramentos ditos de missão. Partem, não para viverem numa abstrata felicidade, num “que sejam felizes enquanto dure” e sim para fiéis às promessas do Matrimônio, como “educar os filhos na Lei de Deus e da Igreja”, logo o sentido sacrossanto da família e da sua missão pode ser entendida numa breve palavra do discurso do Papa Francisco em Filadélfia: “(...) a família tem carta de cidadania divina.”  Compreendemos assim que os parâmetros para defini-la são encontrados na Palavra de Deus e por conseguinte a séria realidade do vínculo matrimonial que é a indissolubilidade, tão bem ilustrada no cântico do  Salmo Cento e Vinte e sete: “A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor da tua mesa.”
          Jesus, no Evangelho, é pego pelos fariseus, a intenção é para entregá-lo aos algozes seus. O Senhor que “conhece o íntimo dos homens” responde-lhes com uma pergunta: “O que Moisés vos ordenou?” E, eis: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la.” E então a capital questão que assola o mundo e, infelizmente, aqueles que desejam contornar o cristianismo católico duma maneira menos rigorosa: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento.” Coração para o judeu e para as Escrituras Sagradas é o centro de todos os intentos do Homem! É a partir dele que se há uma consciência formada ou pérfida. Um coração que endurece, ou seja, não aprazível ao deleite da vontade Divina é obscurecido pelo pecado. Atualmente são tantas as asperezas   e os ditames. Pensemos na questão dessa nossa reflexão, a Família. As perturbações pelas quais  passa! Declarada por muitos que nem no âmbito político-social deveriam exercer, que o que vale é um “bem estar dos indivíduos” e põem em seus esquemas de governo para massificar e não perder um posto corrupto, a célula-mater das sociedades, ou melhor, sem a qual não se haveria Sociedade. A insensibilidade dos fariseus poderia ser comparada aos que, atualmente, como diz São Josemaria Escrivá, “retalham a túnica alva da Esposa de Cristo!” As esclarecidas palavras de Jesus, garantem a permanência do Matrimônio: “Portanto, o que Deus uniu o homem não separe!” Sem o Espírito de Cristo que criara o homem e a mulher, as palavras de Jesus não são mais que um longínquo passado e, de repente, o cristão entra no ritmo do mundo! E como compreendê-las?  Jesus então se vale mais uma vez da criança que é sinal daquela inocência original e da vontade que se encontra nos braços do Pai! A Família cristãmente, será sempre regida pelo prisma da Palavra de Deus e da moral católica, pois esta é a razão pelos quais participamos dos benefícios da salvação, haurido dos sacramentos que nos conduzirá aos céus, conforme ouvimos na leitura da Epístola de São Tiago, desta Missa: “Convinha de fato que aquele, por quem e para quem todas as coisas existem(...) levasse o iniciador da salvação deles à consumação, por meio de sofrimentos.” A Ele, o Primeiro e o Último. O Amém da Igreja, a glória e a imortalidade pelos séculos dos séculos.

                                                                   *Por André Fernandes Oliveira

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