1ª Leitura - Gn 2,18-24Salmo - Sl 127,1-2.3.4-5.6 (R. cf. 5)2ª Leitura - Hb 2,9-11Evangelho - Mc 10,2-16
Caríssimos
no Cristo Total,
Providencialmente quis Deus este
Domingo com o qual à Basílica de São Pedro , Sua
Santidade Papa Francisco e os Padres Sinodais abrissem o Sínodo das Famílias
querido desde o ano de dois mil e treze. Deste ano para cá foram gravitadas em
torno do termo “Família” uma série de reflexões, algumas das quais, tornavam-se
equidistantes do conceito tanto em sua gênesis natural, bem como, no sentido instituição
tornada Sacramento, com a aquiescência libérrima entre um homem e uma mulher. Sabido
disto, espera-se pois, do Sínodo , um tempo para que à luz do perene
magistério, a Igreja, que é Católica, faça sua via pastoral com sólida reflexão
para dirimir os males que sucumbem o vital organismo da Sociedade. Seu clímax
que será quando da inscrição dos pais de Santa Teresinha do Menino Jesus ao
elenco dos santos. Depois da Família de Jesus, torna-se um modelo de virtudes
para a “Chamada Universal” à Santidade, daqueles que, nascidos da carne, foram
pelo Batismo enxertados à magna e católica família que se chama Igreja.
O lecionário para este hoje nos faz,
imersos num mundo de tantos desvios, de a-conceitos, de dúbios subjetivismos...
pousarmos um olhar mais atento, clarividente e verdadeiro para “o que é a
família”. Quiçá fossemos permutar essa afirmativa para “O que é a família?” em
ambientes que são tomados por outras hermenêuticas pautadas por facetas
ideológicas permeadas por correntes feministas, por exemplo, não somente seria
uma indagação difícil de ser respondida, mas outrossim, ela não seria concebida
da valência principal para tal ordenamento: A união entre o homem e uma mulher
para a perpetuação da prole. Isto seria um tabu! Uma imposição “valoral” com
bases no direito e na tradição do Ocidente judaico-cristã. Óbvio não podemos
nos deter por essas alternâncias que tantos males têm trazido para nossos
filhos e, destarte, já nos responde o sábio Papa Bento XVI em sua encíclica
Deus Caritas Est: “A palavra ‘amor’ é um problema de linguagem!” Para o mundo não vale a máxima agostiniana: “Ame
e faça o que queres’’, antes para o cristão porque sabe que “amar’’ não é
sentimento vácuo e tampouco uma banal justificativa impregnada por Respeito Humano.
Foi porque Deus é Amor que tamanha
essência, o Eterno, que poderia bastar-Se; no “Faça-se”, tornou-nos a partir
dos nossos primeiros pais partícipes da sua economia, ou seja, a
revelação-aliança de o homem não permanecer só, dando-lhe uma “carne de sua
carne e ossos dos seus ossos!” Esta exclamativa trazida pela perícope hoje
proclamada na Liturgia da Igreja nos faz compreender que a união esponsal é
sinete, sempre, segundo o Apóstolo São Paulo à Epístola aos Efésios, daquela
conjugação entre “Cristo e a Igreja”, Aliança, pelo obséquio da Cruz e,
simultaneamente, aquilo que já é entendido, pelas admiráveis e misteriosas
palavras já presentes dantes da queda primígena: “Por isso, o homem deixará seu
pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne.” Ora, antes
de sê-los carne, que aqui não se aplica uma acepção do que é nocivo, mas o “corpo”,
é mister notarmos que “adâmico” é o que é vindo da terra, é barro! E, por isto
mesmo é frágil e somente se torna forte quando recebe às narinas Zoé, o
Espírito da vida e que dá a vida, tornando o homem capaz de nomear as outras
espécies de vida e de ter uma mulher, plasmada da costela, que depois é a Memória
Neo-Testamentária do que viram os Padres da Igreja: assim como Eva foi tirada
da costela de Adão, a Igreja nasce do lado trespassado do Cristo na Cruz.
Partindo o homem e desposando a sua esposa, não estão mais imersos num monólogo
e num individualismo, porém são entregues um ao outro, conforme prometeram em
suas consciências e defronte ao Altar, firmaram a Aliança, por isto mesmo a
Igreja enxergou o Matrimônio um dos sacramentos ditos de missão. Partem, não
para viverem numa abstrata felicidade, num “que sejam felizes enquanto dure” e
sim para fiéis às promessas do Matrimônio, como “educar os filhos na Lei de
Deus e da Igreja”, logo o sentido sacrossanto da família e da sua missão pode
ser entendida numa breve palavra do discurso do Papa Francisco em Filadélfia: “(...)
a família tem carta de cidadania divina.” Compreendemos assim que os parâmetros para
defini-la são encontrados na Palavra de Deus e por conseguinte a séria
realidade do vínculo matrimonial que é a indissolubilidade, tão bem ilustrada
no cântico do Salmo Cento e Vinte e
sete: “A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus
filhos são rebentos de oliveira ao redor da tua mesa.”
Jesus, no Evangelho, é pego pelos
fariseus, a intenção é para entregá-lo aos algozes seus. O Senhor que “conhece
o íntimo dos homens” responde-lhes com uma pergunta: “O que Moisés vos ordenou?”
E, eis: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la.” E
então a capital questão que assola o mundo e, infelizmente, aqueles que desejam
contornar o cristianismo católico duma maneira menos rigorosa: “Foi por causa
da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento.” Coração
para o judeu e para as Escrituras Sagradas é o centro de todos os intentos do
Homem! É a partir dele que se há uma consciência formada ou pérfida. Um coração
que endurece, ou seja, não aprazível ao deleite da vontade Divina é obscurecido
pelo pecado. Atualmente são tantas as asperezas e os
ditames. Pensemos na questão dessa nossa reflexão, a Família. As perturbações pelas
quais passa! Declarada por muitos que
nem no âmbito político-social deveriam exercer, que o que vale é um “bem estar
dos indivíduos” e põem em seus esquemas de governo para massificar e não perder
um posto corrupto, a célula-mater das sociedades, ou melhor, sem a qual não se
haveria Sociedade. A insensibilidade dos fariseus poderia ser comparada aos
que, atualmente, como diz São Josemaria Escrivá, “retalham a túnica alva da
Esposa de Cristo!” As esclarecidas palavras de Jesus, garantem a permanência do
Matrimônio: “Portanto, o que Deus uniu o homem não separe!” Sem o Espírito de
Cristo que criara o homem e a mulher, as palavras de Jesus não são mais que um
longínquo passado e, de repente, o cristão entra no ritmo do mundo! E como
compreendê-las? Jesus então se vale mais
uma vez da criança que é sinal daquela inocência original e da vontade que se encontra
nos braços do Pai! A Família cristãmente, será sempre regida pelo prisma da
Palavra de Deus e da moral católica, pois esta é a razão pelos quais
participamos dos benefícios da salvação, haurido dos sacramentos que nos
conduzirá aos céus, conforme ouvimos na leitura da Epístola de São Tiago, desta
Missa: “Convinha de fato que aquele, por quem e para quem todas as coisas
existem(...) levasse o iniciador da salvação deles à consumação, por meio de
sofrimentos.” A Ele, o Primeiro e o Último. O Amém da Igreja, a glória e a
imortalidade pelos séculos dos séculos.
*Por André Fernandes Oliveira
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