quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O final de dois anos


      A Igreja e o mundo preparam-se para despedirem-se dos seus anos. Para os cristãos, nós que somos católicos, despedir-nos-emos à próxima semana, na manhã do sábado, na XXXIV semana Comum. Assinala o fim desse ciclo litúrgico a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo que será celebrada no Domingo próximo. Concomitantemente ao final e início de Ano Novo para a Igreja, se avizinha também, o término do Ano Cívico. Este não se "distingue", apenas, por não acompanhar uma cadeia diferente, mas à intensidade e o sentido com qual é vivido. O Ano Litúrgico tem o seu Âmago, na Solenidade Pascal, de modo que este marco anual é feito Memória a cada "Domingo".
    Todo Domingo é Páscoa. Todo o Domingo é um eterno presente daquela alegria da manhã da Páscoa, o Mistério Pascal, em plenitude, na Liturgia é o que conduz nos diferentes tempos litúrgicos, a celebração do único "evento": Jesus Cristo. Desta maneira, uma vez que a carta aos Hebreus nos diz:" Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre", o Ano da Igreja não "vive" de declínios. Seja no Advento, no Natal, na Quaresma, na Páscoa e, nos Domingos, "Per Annum", vulgarizado o Tempo Comum, a Liturgia no tempo do "kronos", das vicissitudes, do calendário com seus feriados, nas estações do ano, no estado do homem, triste, feliz, sorridente, alegre, depressivo, doente, sadio.... nos aproxima e nos antecipa o "Kairós", o Eterno. Por isto, também, na Liturgia, quando penetramos em seus mistérios, não medimos os acontecimentos, pois, ainda cientes de que somos peregrinos, recobramos a nossa consciência de que somos feitos para "o que não conhece ocaso".
  A proximidade de ambos os anos faz-nos perguntar: O que é essencial? Sabido que também "somos ciclos", o que nos permite a bem escolher? Opto pelo que não passa ou passo com o que passa? 
Os textos desses dias derradeiros, proclamados em cada Santa Missa, fazem parte do chamado "gênero apocalíptico". De Linguagem rebuscada, alegórico, todavia, apontam para a nossa Única certeza: Ficarão, apenas, no final de tudo, "quando passar a figura deste Mundo", Eu, o Outro, o Juízo e a sentença. Ficará a consciência clara, límpida do Homem, que foi purificada pelo Espírito Santo e aí a justiça que saberá ele o que vai "receber" pelo que semeou. Nesta afirmação, provavelmente, o Ano Cívico e o Ano da Igreja se parecem porque devem ligar a chamada do Senhor para todos e cada um:" Mudai".

Nenhum comentário:

Postar um comentário