sábado, 5 de dezembro de 2015

II Domingo do Advento-''Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas" (cf. Lc III, 4)

   
                                                                                     Por  André Alves, Noviço Estigmatino



Irmãos,

  Celebramos hoje o II Domingo do Advento e somos convidados por João Batista à uma mudança radical de vida, à conversão para o perdão dos pecados. João anuncia que o próprio Deus, em Pessoa, faz-se presente, que chegou o tempo de salvação. Jesus, o Messias esperado pelo povo, a esperança e salvação de Deus, está próximo. Deus vem salvar as nações e sua voz ressoa em nossos corações.
Na Primeira Leitura, Baruc, o profeta do exílio, o mesmo que denunciou os pecados do povo, que fez uma súplica pela libertação, que exortou a necessidade da prática da lei para não haver castigo, agora anuncia o retorno a Jerusalém com o fim do exílio de Babilônia. Mudar a veste, tirar a roupa de luto e vestir-se de glória simboliza a libertação que se aproxima, pois Deus comunica a sua justiça, defende e restabelece o direito de Jerusalém. O novo nome da cidade: “Paz-da-justiça e glória-da-piedade” significa que o povo respeitará a Deus e dala brotará a paz. O povo que antes estava estendido, prostrado na dor, agora se levantará para sair do fechamento e olhar para o alto, arrumando os caminhos para a chegada de um novo tempo.
O Salmista expressa sua ação de graças pelo retorno do cativeiro. A alegria de voltar para sua terra é tanta que parece um sonho, algo irreal. As obras do Senhor são tão magnificas que até os pecadores reconhecem suas maravilhas. De fato a realidade foi transformada: de lágrimas para alegria, de choro para cânticos de louvor.
Na Segunda Leitura o Apóstolo Paulo dá graças a Deus pela colaboração da comunidade dos filipenses na difusão do Evangelho. Ele ainda pede que Deus aperfeiçoe a sua obra, que sejamos santos e sem defeitos e que, os dons da caridade que procedem do justo conhecimento de Deus, ajudem no discernimento, para que a maturidade cristã dê frutos de justiça conforme a vontade de Deus. Pois assim procedendo o Senhor nos encontrará preparados.
No Santo Evangelho, inserido num contexto histórico, João Batista, a voz que clama do deserto, apresentado como profeta, oferece uma proposta nova para o povo que esperava pelo Messias: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas ficarão retas e os caminhos acidentados serão aplainados. E todas as pessoas verão a salvação de Deus”. Aterrar os vales rebaixar as colinas era um costume dos romanos na construção das estradas para a passagem do imperador, um tornar o caminho mais suave. É isto que deve ser feito no caminho de conversão: tornar a vida acessível para o projeto de Deus, modelar-se segundo os seus preceitos.
Assim como Isaías indicava a transformação do coração para acolher o Deus Salvador e pregava a restauração de Israel, com o regresso dos exilados da Babilônia, João Batista prega um batismo de conversão para o perdão dos pecados. O seu batismo é um rito que chama à mudança radical de vida. Ele também proclama que todos os povos verão a salvação de Deus que se dará em Jesus Cristo, que pela sua Páscoa garante vida nova.
Preparar os caminhos do Senhor, endireitar as veredas é moldar a vida segundo os divinos ensinamentos, deixando de lado o que impede de nascer para uma vida nova, para assim trilhar os caminhos da justiça, dom oferecido a todos.

   
    Aproximando-se do Natal se faz necessário olhar para o Oriente, isto é, para o nascer do sol, para Cristo que vem e se encher de seu brilho, pois assim como João que clama no deserto de nossas vidas e chama à conversão, à mudança de vida, Cristo por sua Páscoa nos oferece a salvação de Deus e quer nos enriquecer com os dons.

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