quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

As borboletas não me dizem em nada sobre o que é o Matrimônio

                                                                            Por: André Fernandes Oliveira

          Uma agência de cerimonialistas reuniu-se para trazer mais uma “novidade” para o casamento: congelar borboletas e soltá-las quando, por exemplo, os nubentes deixarem o altar. É um incremento para ornar o “felizes para sempre” ou quiçá a frívola consciência do “que sejam felizes enquanto dure”. Além de atitude patife ser considerada um crime, também o é, para ser pensado a necessidade se aquele casal é sabido da deliberação que deram à priori para si mesmos, depois para a Igreja, à presença do Ministro Ordenado e para a assembleia ali reunida. Sabem, eles, de fato o compromisso que assumem a cada dia e que somente a morte pode separá-los? São cientes, ao menos, do que pode significar a palavra Matrimônio e onde a Igreja se apoia para dá a garantia que se trata dum dos sete sacramentos instituídos?

      Não é alguma novidade para nós que há uma exacerbação quando diz respeito aos preparativos para receber o Sacramento do Matrimônio. Preocupam-se, atenção, não com um conjunto que deve denotar para a essência, todavia marginaliza-se o sacrum e supervaloriza-se o profano. Além deste dado há de se notar aqueles noivos que se esperneiam quando vão ao sacerdote e, talvez sem o mínimo de noção do que é o Matrimônio, relativizado como um “casório-social” onde há os convivas, comidas, bebidas, o rito de jogar o buquê, as danças etc e aquele lhes mostram que o repertório escolhido não é compatível com a liturgia sagrada que acontecerá.

                

          O caso das borboletas congeladas e soltas para voar sobre a cabeça dos recém-casados só vem confirmar que nem todos são chamados para o Matrimônio e é preciso uma maturação entre os noivos para recebê-lo. Neste sentido, portanto, vale trazer a lembrança a observação do Papa Francisco quando, voltando para Roma, do Encontro das Famílias em Filadélfia, disse no voo aos jornalistas: Para ser um sacerdote é uma preparação de oito anos, mas para se casar, quatro cursos são feitos. Há algo de errado. A observação do Santo Padre visa em se notar: Como os noivos são preparados? Qual a história, que, não obstante suas diferenças, levou-os à liberdade em receber um ao outro através dos vínculos do Matrimônio? Há também de se reiterar a reflexão de Sua Santidade, consoante ao crescente número de divorcia



     Contrariando a deturpação de que os noivos casam-se para serem felizes, ao ponto que Deus torna-se um “elemento’’ estranho ou secundário, o Catecismo Maior de São Pio X, no número 836, nos responde o que é “conditio sine qua non” para o que os nubentes farão. Assim, então, aponta a sã doutrina da Igreja: Quem contrai Matrimônio deve ter intenção:1- de fazer a vontade de Deus, que o chama a tal estado; 2- de percorrer nele a salvação da própria alma; 3- de educar cristãmente os filhos, se Deus lhos der. Estas são as prerrogativas essenciais para receber o Matrimônio que é um sacramento de missão.


          É necessário, neste ínterim, determo-nos na segunda intenção querida pela Igreja à consciência dos contraentes. Já que os sacramentos é a perpetuação da obra salvífica de Jesus operada na Cruz que continua com o Espírito Santo em cada um que tem a chamada graça própria, quando o casal se recebe como esposos- marido e mulher- eis, aí, que Deus os uniu fazendo-os “uma só carne” o que pode ser aludido ao que diz São Paulo na epístola aos Efésios: Assim como a Igreja está sujeita a Cristo, de igual modo as esposas estejam, em tudo, sujeitas aos seus maridos. Maridos, cada um de vós amai a vossa esposa, assim como Cristo amou a sua Igreja e sacrificou-se por ela (cf. Ef V, 24 sg.)    Ainda que esta não seja a fundamentação basilar para o Matrimônio, ela se torna de capital importância para averiguarmos que Jesus elevou a união esponsal ao seu amor pela Igreja, ou seja, foi até a Cruz, ao aniquilamento da vontade humana para que na obediência ao seu Pai-Deus a salvação chegasse até ao homem. E é, irmãos, com os olhos fixos no Cristo que um casal poderá, com certeza, compreender de todo o coração o que os levou a unirem-se. Disto, pois, pontua o Catecismo da Igreja Católica, acerca do que há de mistério pela união entre os esposos: Deus, que criou o homem por amor, também, o chamou ao amor, vocação fundamental e inata de todo o ser humano. Porque o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus que é Amor, tendo-os Deus criado homem e mulher, o amor mútuo dos dois torna-se imagem do amor absoluto e indefectível com que Deus ama o homem.( CIC n. 1603-1065) O que refere o Catecismo corrobora a definição de Matrimônio

 Um casal que é abençoado e bendiz a Deus, colocando-o em primígena ordem em suas vidas, sempre reportará ao amor Divino. E amor no ato que o significa: entregando-se um ao outro, consoante receberam-se diante do Altar de Cristo. O Matrimônio não é uma espécie dos contos maravilhosos e tampouco haverá fórmulas para se fazer a felicidade. Um casal que se honre não deve iniciar uma vida e história ,“numa só carne”, com tais fantasias, sê-lo-ia debalde! Seria, como disse Jesus, “atirar pérolas aos porcos” ou, em questão, guardar as borboletas para a decoração e que, sem finalidade, mas com um final infeliz, estaria agindo conforme o insensato que construiu a casa sobre a areia. A finalidade do Matrimônio que já é expressa pelas próprias intenções dos nubentes é a santificação que passará pela “porta estreita”.  Que as tendências do mundo não maculem a ordem do Senhor: O que Deus uniu, o homem não separe!

           

                      

           

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